quarta-feira, 13 de abril de 2011

Décimo quinto capítulo de Doce Fruto

15 – DOCES PENSAMENTOS








Tuca estava almoçando seu rubacão com Zé Bicicleta. Os pensamentos viajavam. Expressão triste e distante. A vida estava passando, tudo se consumindo, mas a felicidade plena, nada de chegar. Será que era assim mesmo?






- Está pensando em quê, minha linda? - perguntou Zé Bicicleta.


- Na minha filha. Como deve estar? - lembrou-se de Zeza.


- Está bem. Falamos com sua mãe hoje. Está muito feliz.


- Tem coisa que você não sabe – falou Tuca ainda pensativa afastando o prato de comida.


- Não estou te entendendo – falou Zé Bicicleta com a boca cheia.


- Você acha que a minha vida começou só depois que você colocou aquela corrente na minha bicicleta, não é mesmo? - perguntou Tuca olhando para o marido.


- Tuca, já estou atrasado para a oficina, não tenho tempo para conversar muito - falou Zé Bicicleta levantando-se da cadeira.


- Desculpa, Zé. Só estou triste - enxugou uma lágrima que caía.






Tuca ainda ficou naquela mesa por alguns minutos depois da saída do marido. Pensou na filha que abandonou e pensou em Beto. Maldito coração que ainda insistia naquilo.


Levantou-se e foi para o fogão. Muitas encomendas de doces tinha que entregar. Passou na casa da sua tia Nalda, pegou algumas encomendas dela para entregar junto com as suas. Saiu triste. Solitária.


Beto levantou-se do almoço festivo ainda pensativo. Entrou em sua Mercedes e seu pensamento o levou para Tuca, para aquela linda apresentação do Circo Cristal. Saiu triste. Solitário.


Rosa, no circo Cristal, dava banho em um macaco. Fechou os olhos. Parou o que estava fazendo e lembrou-se do sonho que tivera na noite anterior.






- Rosa! - gritou Pat se aproximando da colega.


- Oi, Pat - respondeu Rosa com um olhar distante.


- Estou preocupada com você. O que houve? Mais alguma provocação de Francy? - perguntou Pat.


- Que nada, menina! É que não paro de pensar no sonho que tive essa noite. Sonhei que aquela mulher que pariu a Julinha veio buscá-la aqui no circo - falou Rosa parando de dar o banho do animal.


- Mas você disse que ela nem sabia que você trabalhava aqui. Isso nunca vai acontecer.


- É. Coisas da minha cabeça!Deixa pra lá. Pensamentos!


- É melhor ter pensamentos bons, doces pensamentos - disse Pat.


- É claro. E nada mais doce do que pensar na minha filhona - tentou sorrir.


- Pois é. Pense na menina linda que criaste - tentando animar Rosa.


- Roooooosaaaaaaaaaaaaaaaa!!!! – vinham gritos de dentro do circo.


- Olha só. Pimpo, Maurício e Flávio estão vindo pra cá - admirou-se Rosa.


- E hoje num foi a noite que a gente combinou de fazer aquele churrasquinho, menina - disse Pat.


- Meu Deus, Pat. Já tinha esquecido.






Pat, Rosa, Maurício, Flávio e Pimpo foram para os fundos do circo e fizeram um foguinho. Começaram a comer e beber. Era assim que eles se divertiam.



































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